domingo, 15 de junho de 2014

Gastronomia regional: O feijão verde


Escrito por Samuel Brito
Graduando em Gastronomia da Universidade Federal do  Ceará

Estamos em junho, mês de São João, férias e copa do mundo. Para comemorar todos esses eventos, o UFChefes preparou uma lista de maravilhas cearenses para você conhecer e se deliciar. Hoje vamos falar sobre o feijão verde, um alimento que está no nosso dia a dia e  pode ser redescoberto de várias formas.

Entendendo o feijão em número

O feijão é uma das leguminosas não oleaginosas mais consumidas no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 2007 foram consumidos cerca de 16 milhões de toneladas de feijão, o que representou 37% de todas as leguminosas não oleaginosas consumidas mundialmente.
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas. Típico produto da alimentação brasileira é cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões. Os maiores são Paraná, que colheu 298 mil toneladas na safra 2009/2010, e Minas Gerais, com a produção de 214 mil toneladas no mesmo período.

Conhecendo o feijão verde

O feijão verde é o mesmo feijão de corda, a diferença está na época da colheita, pois o feijão verde como o nome diz é colhido ainda verde, já o feijão de corda tem sua colheita quando as vagens já estão maduras e secas.

Como comprar e armazenar o feijão verde

Não compre o feijão verde enlatado, procure escolher os feijões que você comprará. A vagem deve apresentar uma textura tenra e uma coloração verde vivo. Aperte a vagem procurando sentir um pequeno estalo e observe se contem uma polpa suculenta e sem fios (indica envelhecimento). Não deverá ter manchas escuras.
Se não puder consumir o feijão verde imediatamente, deverá armazená-lo, sem lavar previamente, no frigorífico dentro de um saco plástico perfurado. Você pode mantê-lo por 3 dias nessa condição.

Características nutricionais

O feijão verde além de delicioso também apresenta características  nutricionais bastante interessantes. Tem um baixo valor energético e é rico em vitaminas e minerais. Destacam-se os carotenos (pro-vitamina A), vitamina C e ácido fólico; o cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio. Além disso, são boas fontes de fibra alimentar.

Tabela de composição nutricional (por 100g de porção edível)

  Feijão Verde Cozido
Energia (kcal)
  23


Água (g)
  90,8


Proteína (g)
1,8


Lípidos (g)
0,3


Hidratos de carbono (g)
3,5


Fibra (g)
3,0


Caroteno (μg)
239


Vitamina C (mg)
11


Ácido fólico (mg)
49


Cálcio (mg)
41


Ferro (mg)
0,6


Fósforo (mg)
34


Magnésio (mg)
17


Potássio (mg)
230




mg = miligramas; μg = microgramas. Porção Edível = diz respeito ao peso do alimento que é consumido depois de rejeitados todos os desperdícios.
Fonte: Porto A, Oliveira L. Tabela da Composição de Alimentos. Lisboa: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. 2006, pág. 70-71.



As vantagens do consumo de feijão verde




O feijão verde tem efeitos protetores do sistema cardiovascular. Os carotenos e a vitamina C são excelentes antioxidantes, protegem de infecções e da oxidação das células e outros componentes do organismo. Além disso, a fibra, potássio, magnésio e ácido fólico desempenham um papel importante na proteção cardiovascular. O magnésio e o potássio têm efeito complementares na manutenção da tensão arterial. O ácido fólico é necessário para neutralizar a homocisteína, uma molécula potencialmente perigosa e que aumenta os riscos de doença cardiovascular.
O conteúdo de ferro do feijão verde é razoável, sendo importante para a formação da hemoglobina. A hemoglobina é um componente dos glóbulos vermelhos do sangue responsável pelo transporte de oxigênio para as células.

 O feijão verde a tradição

Você pode até não estar com fome, mas alguém menciona aquele famoso feijão verde, na panelinha de barro, quentinho, com queijo coalho e cheiro verde. Qualquer um abre o apetite e fica com água na boca.
O consumo de feijão verde vai além das festas juninas, ele é diário, está em bares, restaurantes refinados e na culinária doméstica. Está no baião de dois, na farofa, salada e onde mais a imaginação levar. O feijão verde virou símbolo gastronômico e cultural da região nordeste e hoje é um patrimônio nosso.
Agora com licença que todo esse papo me deu fome, e eu vou procurar um feijão verde pra chamar de meu.



Veja no nosso livro de receitas, a receita do feijão verde na panelinha de barro, bom apetite e até a próxima. 

Para ver a receita, clique aqui!



Para mais informações:

http://www.tudogostoso.com.br/receita/17320-feijao-a-moda-cearense.

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