Escrito por Ana Lieby,
Acadêmica de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará
“- Como é branquinha esta criança! – Disseram os pais da indiazinha que acabara de nascer. Chamaram-na de Mani. Um dia, misteriosamente, Mani morreu, sem sequer ter adoecido gravemente antes do ocorrido. Os pais a enterraram dentro da própria oca e regaram a sua cova com água – como era costume dos índios tupis – mas também com muitas lágrimas de saudade. Um dia, perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa que crescia depressa. Poucas luas se passaram e ela estava alta, com um caule forte que até fazia a terra rachar ao redor. Os índios cavaram um pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins. Mas, sob a casquinha marrom, estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Chamaram-na de Mani-oca que significa casa ou corpo de Mani Transformaram a planta em alimento o que ajudou na crise de fome que os índios daquela aldeia passavam...”
O que os índios
chamavam de Mani-oca, chamamos de mandioca, aipim, macaxeira, aipi, castelinha, uaipi, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre, entre outros. Nativa da América
do Sul, possivelmente da região sudoeste da Amazônia, o aipim é
cultivado em várias regiões tropicais e subtropicais do mundo, por ser uma planta com raízes comestíveis.
Suas raízes que chegam a ter de 30 a 90 centímetros de
comprimento possuem forma cônica e são recobertas por uma casca áspera de
coloração marrom. A planta desenvolve-se muito bem em solos de
franco-arenoso a argilo-arenoso que sejam bem drenados e cuja temperatura
esteja em torno de 25ºC.
As raízes tuberosas
do aipim, que são as partes mais consumidas da planta, são consideradas uma
importante fonte de carboidratos. Já suas folhas contêm um teor altíssimo de proteínas, minerais e vitaminas essenciais ao corpo humano e
por isso também são consumidas em diversos fins; como na África, em que suas folhas representam
uma parte significativa da dieta alimentar da população, por combater a desnutrição férrica – vale ressaltar
que a Nigéria é o maior produtor mundial de mandioca. No Brasil, a folha da
mandioca já foi usada como ração para o gado, como mostra no vídeo abaixo:
A mandioca é muito
utilizada para preparar purês,
fazer farinha, tapioca, tacacá e até mesmo algumas bebidas como cauim e tiquira.
Algumas curiosidades sobre a macaxeira:
- A
farinha de mandioca era preparada pelos índios brasileiros antes da descoberta
da América. Os primeiros europeus que aqui chegaram se espantaram com a fartura
de farinha.
- O
curioso na produção do cauim é que os índios - que já consumiam a bebida quando
os primeiros europeus aqui chegaram – cozinham, mastigam e recozinham a
mandioca para a fermentação. Quer dizer, eles utilizam a saliva para ajudar a
fermentar o produto.
- Pesquisadores
da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram recentemente um filme plástico
à base de amido de mandioca. Desenvolvido para guardar alimentos, o plástico é
biodegradável e comestível.
- A mandioca é o décimo alimento mais consumido do mundo, com 95 milhões de
toneladas anuais.
- A safra
da mandioca ocorre entre os meses de janeiro a julho.
- O
Brasil é um dos maiores produtores mundiais do produto, com 23 milhões de
toneladas anuais.
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Referências:
http://clafilhasdalua.blogspot.com.br/2008/12/lenda-de-man.html
http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/histor63.html
http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2013/09/10-topicos-curiosos-sobre-mandioca.html
http://www.infoescola.com/plantas/aipim/
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