Escrito por Isaías Maciel, acadêmico de Gastronomia da Universidade Federal do Ceará
Movimento criado em
1986, pelo jornalista e ativista alimentar italiano Carlo Petrini, tornou-se
uma associação sem fins lucrativos em 1989. A sede internacional do Slow Food é
em Bra, na Itália. O Slow Food opera tanto localmente como mundialmente junto
de instituições internacionais como a FAO - Organização das Nações Unidas para
a Agricultura e a Alimentação.
Fundado inicialmente como uma organização
enogastronômica (relação do vinho e alimentação), preocupações com a boa comida
e o prazer proporcionado na gastronomia em um ritmo mais lento, como o símbolo
do movimento sugere. As fronteiras do movimento se expandiram e atingiram não
apenas o ato de comer nos empreendimentos alimentares, mas toda a cadeia
alimentar produtiva, desde os produtores até o consumidor final. Era a qualidade
de vida que estava em risco além da biodiversidade do planeta, com o Slow Food apareceram palavras como a
ecogastronomia compactando ideias que mobilizam a sociedade como um todo e, para
isso era preciso proteger os pequenos produtores das multinacionais da
indústria da alimentação preservando o seus modos artesanais de se produzir e
lidar com a terra, preservando as variedades biológicas e seus usos na dieta
alimentar. Ao longo dos anos o Slow Food vem
conseguindo mais adeptos, pessoas que compartilham as mesmas preocupações com o
futuro alimentar das novas gerações.
A construção na estrutura do Slow Food: a
organização é gerenciada por um Comitê Executivo eleito a cada quatro anos no
Congresso Internacional Slow Food; O
Comitê Executivo é o maior órgão gestor
institucional do Slow Food; Um Conselho Internacional, que representa 32 áreas geográficas e uma Fundação Slow Food para a Biodiversidade; Uma Universidade de Ciências Gastronômicas que define as
estratégias políticas e de
desenvolvimento do Slow Food; Mais de 100.000 membros associados em todo o
mundo; Outras entidades trabalhando em parcerias com o Slow Food; Comunidades
do Alimento Terra Madre; Slow Food Youth
Network, lançado em 2007 em Puebla.
Em
sua missão, com o lema “bom, justo e limpo” é evidente a postura de reflexão sobre
a responsabilidade do movimento diante da sociedade moderna e o seu caminho
para o futuro em que as culturas nacionais irão trilhar. O bom reflete no sabor
e o aroma dos alimentos de uma matéria prima de qualidade combinados com os
métodos de produção; O limpo referente a respeitar ao meio ambiente,
implementando práticas sustentáveis de cultivo, defesa da saúde do consumidor
etc.; o justo atentando-se aos direitos humanos com a remuneração justa pelo
trabalho, economia equilibrada com a diversidade cultural dentre outros pontos.
Atualmente a Slow Food International está presente em
160 países com sedes nacionais na Itália, Japão, Estados Unidos, Suíça,
Alemanha, França e Reino Unido contando com milhares de adeptos.
Convivium é uma palavra Latina
que significa ‘um festim, entretenimento, um banquete'. O Slow Food usa este
nome para nomear seus grupos locais. No
Brasil, definiu-se usar o nome “Convívio” para os grupos locais do Slow Food. Atualmente
são mais de 1500 convívios Slow Food pelo mundo afora: de Dublin à
Nova Deli, de Nairóbi à Nagoya. As atividades dos convívios divulgam pelo mundo
todo à filosofia do movimento e conectam os produtores de alimentos à grande
rede Slow Food.
O Slow Food planeja, coordena e promove o
desenvolvimento do movimento pelo mundo, neste contexto acontecem alguns eventos
pelo mundo como:
O Cheese
realizado a cada dois anos em Bra (Itália), este evento bienal que acontece
desde 1997 e se tornou o principal festival internacional de produtores
artesanais de queijo.
o Eurogusto celebração da comida e cultura
europeia realizado a cada dois anos em Tours (França)
o Indigenous Terra Madre o próximo será
realizado na Índia (2015),
o Salone del Gusto e Terra Madre realizado
em Turim (Itália),
o Slow Fish uma bienal dedicada a
sustentabilidade do pescado artesanal realizado a cada dois anos em Gênova
(Itália).
Projetos Slow Food
Arca do gosto
O projeto viaja pelo
mundo, reunindo os produtos que fazem
parte da cultura, da história, das
tradições de todo o planeta; Registra a existência dos produtos, denuncia o
risco de extinção, convida todos a
fazerem alguma coisa para protegê-los.
As Fortalezas
As Fortaleza são
projetos em pequena escala que ajudam os
produtores de alimentos artesanais a
preservarem seus métodos de processamento tradicional e seus produtos finais; As
primeiras Fortalezas foram criadas pelo Slow Food no ano 2000 e são o braço executor da Arca do Gosto; Os
projetos das Fortalezas são baseados em
contextos geográficos específicos em todo o globo
Fortaleza brasileira |
Os mercados da terra
Os Mercados da Terra
criam uma rede internacional de mercados e feiras, graças à qual, os produtores
de alimentos locais em pequena escala podem exibir e vender seus produtos. Os
produtores comercializam produtos que:
São sazonais e
locais;
Atendem aos critérios
de ‘bom, limpo e justo’;
São vendidos a preços
razoáveis e de forma transparente.
“Chegou a hora de
cada um assumir sua responsabilidade. O ato de alimentar-se conscientemente é o
grande ato político que qualquer ser humano pode fazer, portanto o mais
democrático.”, segundo Carlo Petrini.
Fontes para conhecer
mais sobre o Slow Food
http://www.unisg.it/
REFERÊNCIAS
<http://slowfood.com/?-session=query_session:C813BE9F1670a120BEIi6048D280>
<http://www.slowfoodbrasil.com/>
<http://www.salonedelgusto.it/>
Slow Food. Bem Vindos
Ao Nosso Mundo O Manual. 2013